Quando se fala em metais preciosos, é comum imaginar que ouro, prata e platina lideram o ranking dos mais valiosos do planeta. No entanto, a realidade é outra: quem ocupa o topo dessa lista é o ródio, um elemento pouco conhecido, mas de enorme importância, especialmente na indústria automotiva.
Valor e Raridade Superando o Ouro
Atualmente, o grama do ouro está avaliado em cerca de 67 dólares, sendo um dos metais mais cobiçados do mundo. Sua presença na crosta terrestre é de aproximadamente 0,0013 partes por milhão. Por outro lado, o ródio, com uma abundância ainda menor de apenas 0,000037 partes por milhão, chega a custar cerca de 144 dólares por grama, mais do que o dobro do valor do ouro, de acordo com dados da Royal Society of Chemistry.
Uma Descoberta do Século XIX
O ródio foi identificado em 1803 pelo químico inglês William Hyde Wollaston, durante experimentos com um pedaço de platina originário da América do Sul. Inicialmente, Wollaston descobriu o paládio e, após remover esse elemento, restou um pó vermelho. A análise revelou tratar-se de um novo metal: o ródio. Apesar de apresentar coloração branco-prateada quando sólido, seu nome vem do grego “rhodon”, que significa rosa, em referência à tonalidade avermelhada de seus sais.
Características Únicas e Utilização Industrial
O que faz o ródio ser tão caro não é apenas sua raridade. Suas propriedades químicas o tornam altamente resistente à corrosão e à oxidação, já que não reage facilmente com o oxigênio. Essa característica faz dele um material perfeito para uso como catalisador.
Integrante do grupo da platina, o ródio apresenta ponto de fusão elevado, atingindo 1.964 °C, e é capaz de suportar temperaturas de até 600 °C em ambientes aquáticos e atmosféricos. Além disso, não se dissolve na maioria dos ácidos, aumentando sua durabilidade em condições extremas. Sua principal aplicação está em catalisadores automotivos, mas o metal também é utilizado na fabricação de componentes para aviões, contatos elétricos, termopares para medições de altas temperaturas e fios de resistência. No setor de joias, o uso do ródio é limitado, sendo empregado principalmente em ligas metálicas para aumentar a durabilidade e o brilho.
Produção Limitada e Reservas Escassas
A produção global de ródio é extremamente restrita. Aproximadamente 16 toneladas do metal são extraídas por ano, e estima-se que as reservas mundiais não ultrapassem as 3 mil toneladas. Sua extração acontece sobretudo na Rússia e na África do Sul, mas não existem minas exclusivas de ródio; o metal é obtido como subproduto da purificação de outros minérios, especialmente da platina e do níquel.