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Exportações Brasileiras sob Pressão: Novas Tarifas dos EUA e Desafios nos Setores de Petróleo e Suco de Laranja

As exportações brasileiras enfrentam um cenário de incertezas em 2025, com diferentes setores sendo impactados por fatores externos como tarifas internacionais e variações na produção. Tanto a indústria do petróleo quanto o setor de suco de laranja precisam se adaptar a mudanças de mercado e desafios impostos por decisões comerciais globais.

Após o anúncio dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a Petrobras, principal estatal de petróleo do país, avalia redirecionar suas exportações, privilegiando mercados da Ásia e do Pacífico em detrimento do mercado norte-americano. Segundo a CEO da companhia, Magda Chambriard, as vendas para os EUA, que representaram cerca de 4% dos embarques no primeiro trimestre, não são consideradas estratégicas para a empresa. Chambriard destacou ainda que, apesar do peso do petróleo brasileiro nas exportações do país, o impacto para a própria Petrobras deve ser limitado, pois o mercado americano não é vital para a estatal. A consultoria StoneX reforça essa avaliação, apontando que o Brasil forneceu menos de 3% do petróleo consumido nos EUA até agora em 2025.

Essa possível reorientação das exportações de petróleo ocorre em um contexto mais amplo de desafios para o comércio exterior brasileiro. O setor de suco de laranja também vive um período turbulento. A safra 2024/25 terminou com o menor volume exportado de suco concentrado equivalente desde 1997, resultado direto da queda na produção de laranjas de alta qualidade. Apesar disso, a elevação dos preços internacionais compensou a redução do volume, garantindo ao setor um recorde histórico de receitas: US$ 3,48 bilhões, 28,4% acima do ciclo anterior. No entanto, a valorização do produto também limitou o consumo mundial, especialmente devido à qualidade inferior da fruta disponível para exportação.

Tanto no petróleo quanto no suco de laranja, a expectativa para os próximos meses é de adaptação e busca por novos mercados. No caso do suco, projeta-se uma recuperação nos embarques em 2025/26, caso a produção nacional reaja e a demanda internacional se estabilize. Para ambos os setores, porém, persistem preocupações com a resiliência da demanda global diante do aumento de tarifas e das incertezas sobre o consumo em mercados tradicionais.

Diante desse cenário, empresas e produtores brasileiros acompanham com cautela as movimentações internacionais e preparam estratégias para manter a competitividade, seja diversificando mercados ou buscando melhorias na produção, com o objetivo de enfrentar um período marcado por oscilações e desafios no comércio global.